Nos pés da serra do Estrondo, o berimbau convida a pensar diferente. É no compasso, na ginga da capoeira, que meninos e meninas aprendem o sentido da palavra: compromisso.
“Aluno de capoeira meu só fica se tiver boas notas. Assim que entra ele já avisado, se tiver boas notas fica, se não vai ter que sair do grupo e dar lugar para outra criança entrar”, explica Francisco Miguel, instrutor de capoeira.
Por isso Mesaque não falta aula e logo depois atravessa a cidade para juntar-se a roda com os amigos. “Prevalece a minha cultura. Sou capoeira, sou tocantinense e a gente tem que preservar a cultura de todo mundo”, diz Mesaque de Oliveira.
Axixá é o menor município de Tocantins. Nasceu na região de transição da Amazônia e o Cerrado, com um pouco mais de 3 mil habitantes tem poucas opções de educação e lazer para crianças e jovens, mas problemas de cidade grande.
“Temos problemas de drogas e álcool. Uma das nossas funções é procurar trabalhar essas crianças. O Criança Esperança tem nos ajudado muito”, fala Cleomar Borges, presidente da Associação São Francisco de Assis.
E não só por meio do esporte. Na cidade existe apenas uma biblioteca e funciona na Associação São Francisco de Assis, fundada por moradores há mais de 30 anos. Na roda de leitura, cada um tem a sua vez.
Rebeca só saiu duas vezes de Axixá, ali, na cidade vizinha. Com o livro ela viaja para longe. “Eu penso que estou no mundo da Lua, por que tem muitas coisas legais, interessantes e umas palavras difíceis que eu vou aprendendo”, diz a menina, de 12 anos.
Aprendendo também nos computadores comprados pelo Criança Esperança. E nas aulas de teatro, dança e canto. Com o microfone nas mãos, Clarinha planeja o futuro. “As crianças são muitos importantes no mundo, porque no futuro nós vamos ser os adultos”, ressalta a jovem.
Fonte: http://g1.globo.com
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